Tal como acontece com Andrew Bird, os Linda Martini editam um EP após um álbum alvo de bom acolhimento por parte da crítica especializada. Olhos de Mongol, o disco que sucedeu ao EP de 2005, acabou mesmo por ser escolhido pelos leitores da revista Blitz para melhor álbum nacional do ano 2006. O longa-duração foi de facto a prova que os Linda Martini são uma das melhores bandas que Portugal ofereceu nos últimos anos, ao mesmo nível dos Dead Combo, Wraygunn ou The Vicious 5, entre muitas outras, felizmente. A música dos Linda Martini pode ser definida através daquelas que parecem ser algumas das mais óbvias influências: as guitarras sónicas de Lee e Thurston, o andamento cerebral dos Slint (via-Mogwai, provavelmente), juntado à qualidade dos que nascem neste inócuo cantinho da Europa: o “fado” ou a “saudade” – denominações mais vulgares.
Contrariamente à estratégia que o americano Bird adoptou, o grupo decidiu-se por um registo cuja novidade não se resume apenas a uma música. Marsupial faz a ponte para o novo disco (cujas gravações se iniciam em Dezembro próximo) de uma forma audaz e corajosa, conjugando passado, presente e futuro. Há coros (logo n’“A Corda do Elefante sem Corda”), ritmos eletrónicos (“Parada”, “Intrusa”), mas também há guitarras desequilibradas, bateria vigorosa e um crescendo muito característico do grupo (em “As Putas Dançam Slows”). A produção está a cargo de Makoto Yagiu (no ano em que sai também Zebra Dance dos If Lucy Fell e Lady Cobra dos Riding Pânico).
Os Linda Martini crescem a olhos vistos desde o início (o punk aos 15 anos) e são – parafraseando Gabriel Alves referindo-se a Hugo Leal – “(…) uma jovem esperança do futebol português que se não se vislumbrar nem embandeirar em arco se poderá concretizar numa certeza”. Tentem perceber – interiorizem, aliás – os ensinamentos do Mestre.
Nota: 8.0/10.0
Vídeo: Linda Martini - A Corda do Elefante Sem Corda
Myspace: www.myspace.com/lindamartini
1 comentário:
Curti a tua playlist!!!
Enviar um comentário